Além da contagem regressiva natural, o Sepultura não escapará de questões relacionadas a um reencontro com os irmãos Cavalera até o fim da “Celebrating Life Through Death”, turnê que marca sua despedida dos palcos. A ansiada reunião por parte dos fãs já foi dada como impossível em outros momentos, mas parece que há esperanças.
Durante entrevista ao canal 69 Faces of Rock, o guitarrista Andreas Kisser não pôde se esquivar do tema. Sua resposta foi bem mais positiva em comparação a outras declarações recentes, embora elas sigam no campo das hipóteses e especulações. Porém, já é algo em que o público pode ao menos se agarrar.
Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Espero que possamos fazer isso acontecer. Sim, seria ótimo. Estamos trabalhando nisso. E acho que temos o plano de seguir até 2026. Gostaríamos de ir a todos os lugares, realmente explorar todas as coisas que pudermos neste último adeus. E espero que no último show, que será no Brasil, tenhamos a participação de todos os ex-membros, incluindo os irmãos, é claro. Isso seria ótimo para os fãs e para todos os envolvidos. Espero que possamos celebrar juntos esta história incrível.”
No entanto, o instrumentista reconhece que no momento a comunicação com Max e Iggor não acontece.
“Não há relacionamento algum. Temos apenas uma comunicação entre nossos empresários e tudo mais, só isso. É muito respeitoso, mas nenhuma amizade ou comunicação.”
Quando o entrevistador opinou que seria legal ver a amizade reinando entre todos os envolvido na conclusão da história, Andreas procurou ser realista. Ele afirma:
“Bem, não sei se isso é possível, mas tudo o que posso dizer é que isso é o Sepultura de hoje: amizade. Nós nos amamos, banda e equipe. Esse é o jeito Sepultura de ser. Esse é o espírito Sepultura. Nada de ônibus separados, camarins individuais e ‘eu não falo com esse cara, eu não falo com aquele cara’ – você sabe, essa besteira. Nós nos amamos muito. Jantamos juntos. Fazemos coisas juntos. Tocamos juntos. Estamos em turnê juntos. É ótimo. As vibrações são incríveis, e é assim que deve ser em uma celebração. Então, estou muito feliz com tudo que está acontecendo do jeito que está.”
Sendo assim, Kisser não tem qualquer dúvida sobre qual sua fase favorita da banda.
“Hoje. Sim, é o único momento em que lido com meu passado e minhas memórias. Tenho tantas memórias ótimas. Quer dizer, eu tinha meus sonhos quando era adolescente, mas a realidade do Sepultura era muito mais distante e muito melhor do que eu poderia sonhar. Jamais conseguiria imaginar todas as coisas que aconteceram em nossa história. É fantástico. E o sentimento é hoje. É agora. Esse é o presente. Essa é a coisa mais importante de todas. É onde a vida acontece. E hoje é o melhor de tudo. Você olha para trás e vê esses 40 anos de história – tantas coisas incríveis que aconteceram, todas as pessoas que conheci e minha família que construí em torno da música e das viagens, todos os amigos que fizemos. É hoje. Quer dizer, é por isso que estamos comemorando hoje. Podemos voltar e realmente apontar alguns momentos especiais, mas tudo se resume a hoje.”
Em uma sessão de perguntas e respostas com fãs para a Metal Hammer, realizada em junho, Andreas disse que “seria incrível” contar com os ex-colegas na última performance. No entanto, há uma condição para isso acontecer: os envolvidos devem apenas celebrar a história do Sepultura e não retomar brigas do passado.
“Não vou negar que seria incrível ter um último show com a participação deles. Mas precisa ser incrível. As pessoas que estão ali devem comemorar e não tentar discutir quem estava certo ou errado em decisões do passado. No final, estamos comemorando agora como o Sepultura de hoje. Se eles quiserem fazer parte disso, seria maravilhoso.”
Nos próximos meses, o Sepultura leva a “Celebrating Life Through Death” para América do Norte e Europa. A banda volta ao Brasil no final do ano para a terceira sequência de shows da turnê no país – incluindo a data remarcada em Ribeirão Preto (SP), que anteriormente precisou ser adiada.
Para 2025, um compromisso já está agendado, no festival Lollapalooza Brasil.